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CORREÇÃO GEOMÉTRICA DA LINHA FÉRREA, VIDA DESESTRUTURADA: TRABALHADORES ADOECEM ENQUANTO VALE TÁ NEM AÍ

Empregados da empresa terceirizada pela Vale, Pelicano Construções, que trabalham na correção geométrica, têm sido submetidos a condições de extrema precariedade ao longo da linha férrea, sob o descaso absoluto da gestão da mineradora. Muitos desses companheiros têm sido obrigados a escalas de trabalho desumanas de até 60 dias seguidos fora de casa. E já há rumores de trabalhadores que ficam de 75 a 90 dias longe de sua família e do lar. O resultado é um nível de estresse e desgaste emocional alarmante, que afeta diretamente a vida pessoal e familiar desses trabalhadores, caracterizando uma situação de dano existencial.

Além do longo período longe de casa, muitos deles estão sendo obrigados a dormir por semanas em quartos duplos, dividindo o espaço mais tempo com o colega de trabalho do que com a própria esposa ou família — situação que aprofunda o desconforto social e familiar.

Os níveis absurdos de estresse e o impacto psicológico causados por essa situação degradante impactam diretamente no bom funcionamento da manutenção da linha férrea, serviço essencial para identificar e corrigir falhas na altura e no alinhamento dos trilhos com o objetivo de garantir a segurança dos trens e a qualidade da via, prevenindo descarrilamentos e protegendo trabalhadores, passageiros, comunidades e seus moradores, além do meio ambiente. Em se tratando de uma malha ferroviária por onde circulam trens de passageiros, tanques de combustíveis, grãos e minério de ferro, que atravessam dezenas de comunidades e margeiam o Rio Doce, dá para se imaginar o potencial de tragédia caso ocorra alguma falha na correção geométrica provocada pelo cansaço físico e mental dos trabalhadores. Tudo em nome da redução de custos a qualquer preço.

 “Esperamos que a Vale saia da sua zona de conforto, deixe de priorizar exclusivamente a redução de custos e passe a olhar com mais responsabilidade para os trabalhadores e trabalhadoras, sejam contratados diretos ou terceirizados. São eles que mantêm a empresa funcionando todos os dias, com dignidade, segurança e compromisso com a vida. Não podemos aceitar o risco de novas tragédias como Mariana e Brumadinho”, disse Wagner Xavier, Presidente do Sindfer.

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