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EDITORIAL

REDUÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA E TAXAÇÃO DOS SUPER-RICOS É UM PASSO PARA A JUSTIÇA SOCIAL À CLASSE TRABALHADORA

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, onde 1% de sua população, pertencente à faixa dos super-ricos, recebe, em média, 32,5 vezes mais do que os 99% da parcela mais pobre da sociedade. Nesse contexto, o Congresso tem a responsabilidade de promover um sistema tributário mais justo no país, mobilizando-se para aprovar o Projeto de Lei 1.087/2025, enviado pelo atual governo federal, que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, reduz as alíquotas para quem recebe até R$ 7 mil e cobra 10% de quem ganha milhões, que são super-ricos. Trata-se de uma medida essencial para aliviar a carga tributária sobre a classe trabalhadora e promover justiça fiscal e social.

A aprovação desse projeto é urgente, mas está parada devido à resistência de alguns parlamentares que priorizam interesses pessoais e ideológicos. A necessidade de um sistema tributário justo não é exclusividade da esquerda, centro ou direita. Em maio de 2022, o próprio economista ultraliberal Paulo Guedes, então ministro do governo anterior, admitiu a tributação dos super-ricos como uma possível solução para tal situação, mas, infelizmente, não quis levar a ideia adiante. Trata-se de uma responsabilidade de todos que realmente se preocupam com os trabalhadores. O Congresso precisa superar sua polarização e agir com responsabilidade, focando na melhoria da vida dos cidadãos que mais necessitam.

A taxação dos super-ricos e das grandes fortunas é uma forma eficaz de combater a desigualdade e promover uma distribuição mais justa da renda. Mas a iniciativa enfrenta resistência. Críticos alegam que isso causaria evasão fiscal — tese que não se sustenta quando observamos países como Noruega, Suíça e Holanda, onde esse tipo de taxação inclusive aumentou a arrecadação e melhorou os serviços públicos.

O apoio popular à taxação dos super-ricos no Brasil cresce a cada ano. De acordo com pesquisa da Oxfam Brasil, 85% da população apoia o aumento de impostos para os mais ricos, visando garantir serviços essenciais como saúde, educação e moradia para os mais pobres. Essa conscientização é crucial para garantir que os mais ricos contribuam com sua parte, ajudando a financiar o bem-estar social.

O Projeto de Lei 1.087/2025 é um avanço importante para a justiça tributária no Brasil, mas não pode ser a única medida. A urgência em aprovar ações que beneficiem os trabalhadores, junto à necessidade de taxar os super-ricos, exige a união do Congresso pelo bem-estar social. O momento é agora, e o Brasil precisa unir esquerda, centro e direita para construir um sistema tributário mais justo para todos e todas.

’Nos países mais desenvolvidos, como Noruega, Suíça e Holanda, a taxação dos super-ricos já é uma prática consolidada, e não há qualquer indício de que isso tenha provocado fuga de capital. Precisamos também adotar essa medida para trazer justiça social ao Brasil‘

WAGNER XAVIER
presidente do Sindfer ES MG

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