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INFERNO NAS FOLGAS: CELULARES COMO FERRAMENTAS PARA DESRESPEITAR DESCANSO

Os gestores que demonizam o uso de celulares nas dependências da empresa são os mesmos que utilizam esses aparelhos como ferramentas de escravidão na folga dos trabalhadores. É a chamada “participação voluntária”, que de voluntária não tem nada. Em seus períodos de descanso, os trabalhadores são bombardeados por todo o tipo de mensagens (cursos, pesquisas, alinhamento de novos procedimentos etc.) que são disparadas pelas chefias nos grupos de What’s App e nas linhas privadas de transmissão dos empregados. E esses são obrigados a interagir.


Esse engajamento forçado rouba dos empregados um tempo precioso que poderia ser dedicado à família, ao lazer, ao descanso, à atividades religiosas ou pessoais, como por exemplo ir ao médico. O mais revoltante é que esse tal “engajamento” consta na lista do farol de metas. Ou seja, empregados que não estejam conectados fulltime aos celulares são tidos como sem compromisso com a empresa. “A vida do trabalhador da Vale tem virado um verdadeiro inferno em nossas folgas, por não podermos usufruir do nosso descanso”, desabafou um empregado da base, que optou por não se identificar.

O Sindfer encaminhará ofício em caráter de urgência aos representantes da Vale solicitando reunião para discutir esse grave problema. “Queremos saber se essa forma de assédio extrajornada é parte de uma política global da Vale ou de ações irresponsáveis patrocinadas por maus gestores que não conseguem otimizar seu tempo dentro da jornada de trabalho do empregado”, finalizou Wagner Xavier, presidente do Sindfer.

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