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MINERADORA DE PRIMEIRA, REFEIÇÃO DE QUINTA: A FARSA DA VALE

A Vale não impõe limites à sua política agressiva de transferir para os trabalhadores e trabalhadoras a conta dos passivos gerados por sua gestão irresponsável e temerária, como nos casos de Mariana e Brumadinho. Em sua histérica estratégia de redução de custos, a empresa chegou ao cúmulo de levar a política de redução de gastos para o prato de comida do trabalhador. Ela tem reduzido significativamente a quantidade de proteína oferecida nos restaurantes. A reclamação da categoria é generalizada e ainda mais grave para o pessoal que trabalha em escalas de 11 horas. Isso porque, computado o tempo de deslocamento casa x trabalho x casa, mais o trabalho efetivo e as pausas reduzidas para refeição, esses companheiros chegam a passar até 16 horas fora de casa. E no momento em que mais precisam de uma refeição adequada para recuperar o gasto calórico provocado pela execução de tarefas extenuantes em jornadas exaustivas, se deparam com quantidades insuficientes de proteína em seu prato.

Além disso, relatos indicam longas filas nos restaurantes e escassez de alimentos básicos, como arroz e feijão. Em algumas unidades, pratos como feijoada são servidos com apenas duas pequenas conchas, insuficientes para sustentar o alto nível de exigência física dos trabalhadores. À noite e finais de semana a situação piora. A situação está tão grave que muitos trabalhadores têm levado comida de casa para garantir uma alimentação mínima durante a jornada. Enquanto isso, alguns gerentes, com maior poder aquisitivo, preferem almoçar fora da empresa, uma opção inviável para a maioria, o que aumenta ainda mais a indignação entre os empregados.

“Ao mesmo tempo em que anuncia investimentos de R$ 70 bilhões em Carajás (PA), transmitindo ao mercado, governo e sociedade a imagem de uma gigante global, a Vale trata internamente seus empregados como se a poderosa mineradora fosse uma birosca de fundo de quintal”, denuncia o presidente do Sindfer, Wagner Xavier, segundo o qual, ao comprometer a nutrição de seus empregados a empresa busca eliminar gastos às custas do bem-estar de quem carrega a empresa nas costas.

Tratamento completamente oposto ao dispensado aos acionistas. Segundo o InfoMoney, maior site especializado em investimentos do Brasil, nos últimos cinco anos a Vale distribui aos acionistas R$ 174,8 bilhões em dividendos. ‘’Nada contra a remuneração dos que investem na empresa, mas que isso não se dê às custas de quem carrega a empresa nas costas’’, diz Wagner, segundo o qual, quem gera os lucros e dividendos para a Vale e seus acionistas merece, no mínimo, respeito e alimentação adequada. ‘’E não é o tamanho do bife que vai resolver o problema de custos da empresa, ao contrário, vai aumentar ainda mais a insatisfação interna”, finaliza.

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