
SUCATEAMENTO NA VLI
Tendo por sócios nada menos que a mineradora Vale; o poderoso conglomerado industrial japonês Mitsui; e a canadense Brookfield, empresa líder global em investimentos, com mais de US$ 1 trilhão em ativos sob gestão, a VLI Multimodal S.A. circula nos pátios de Tubarão com uma geringonça totalmente sucateada que só com muito boa vontade pode se chamar aquilo de locomotiva.
Contrastando com a riqueza dos seus acionistas, o trem de ferro caindo aos pedaços da VLi não possui sistemas essenciais de segurança do trabalhador, como o ATC (Controle Automático de Trens) e o SISVEM, itens fundamentais de segurança. Além disso, os maquinistas são obrigados a trabalhar em condições extremamente precárias, como a ausência de corrimão adequado no passadiço das locomotivas, rádio de comunicação com som de péssima qualidade, a total falta de climatização por ar-condicionado, fato que se agrava pelo calor intenso por que atravessamos, e até mesmo inexistência de geladeiras para armazenar água e alimentos.
AVAL DOS ACIONISTAS? O presidente do Sindfer, Wagner Xavier, expressa sua indignação diante da situação e questiona até onde pode chegar a precarização das condições de trabalho na VLI. “Será que esse completo descaso e falta de segurança têm o aval dos acionistas da empresa, incluindo a Vale?”, indaga o sindicalista, segundo o qual o Sindicato exige trabalho digno e respeito aos trabalhadores, pois isso é o mínimo que qualquer empresa deve garantir.
“É inaceitável que locomotivas sucateadas, que deveriam ser derretidas no alto-forno para o aproveitamento do aço, sobretudo em tempos de taxação internacional desse metal, sejam usadas na operação ferroviária” Wagner Xavier, PRESIDENTE DO SINDFER