FORMA COMO GERENTES CONDUZEM A VALE TEM ADOECIDO OS EMPREGADOS
A gestão exercida por uma parcela significativa de gerentes da Vale em todo o país tem adoecido seus empregados com uma espécie de surto coletivo de Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional). A doença trata-se de um distúrbio emocional nos trabalhadores, que apresentam sintomas como exaustão extrema, estresse, esgotamento físico (sobretudo problemas de joelho e coluna) e psicológico, resultante de situações de trabalho excessivo e desgastante devido à forte pressão exercida justamente por essas gerências para que os empregados atinjam metas exorbitantes.
A precarização da mão-de-obra e o esgotamento mental por esse tipo de gestão tem provocado nos trabalhadores forte incerteza quanto ao seu futuro na empresa e risco potencial de acidentes. Adoecidos física e psicologicamente, muitos desses trabalhadores com problemas de saúde são demitidos por alguns gestores, que chegam ao requinte de crueldade de justificar as dispensas sob a alegação de baixa produtividade.
Com um lucro acumulado em 2022 de R$ 95,9 bilhões (o terceiro maior da história entre as empresas listadas na Bolsa de Valores – o maior lucro anual histórico da Vale é de R$ 121,2 bilhões, em 2021) a Vale parece não ter aprendido a lição das tragédias de Mariana e Brumadinho e continua obcecada pelo lucro a qualquer preço, doutrinando seus gerentes para que exerçam uma gestão que reduza ao máximo os custos e aumente os ganhos, sacrificando cada vez mais os trabalhadores.
“O Sindicato busca, preferencialmente, o caminho do diálogo para a construção de uma relação capital e trabalho satisfatória para ambos os lados. Mas a opção de massacrar o trabalhador que alguns gerentes têm adotado pode levar a um caminho de enfrentamento em que todos acabem prejudicados. E, nesse caso, esses gerentes serão os grandes responsáveis, pois a direção do Sindfer não irá abrir mão de utilizar toda a sua estrutura jurídica, política e de mobilização para defender os interesses dos trabalhadores”.