REINTEGRAÇÕES DO SINDFER ABREM CAIXA-PRETA DE DEMISSÕES NA VALE
Desde janeiro, o jurídico do Sindfer já reintegrou 32 ferroviários com problemas de saúde, em tratamento médico ou que apresentam lesões na coluna, joelhos e ombros. A CLT impede a demissão de trabalhadores nessas condições. Os desligamentos têm ocorrido tanto na Dipe quanto na ferrovia e porto.
Os problemas de saúde são resultado da política de enxugamento de pessoal para a maximização dos lucros. Com menos trabalhadores na área, os remanescentes são obrigados a executar a tarefa dos que foram desligados. Esse esforço adicional favorece a ocorrência de lesões por esforço repetitivo além do suportável e potencializa o risco de acidentes. Como resultado, além dos danos físicos, os trabalhadores também têm apresentado abalo psicológico provocado por stress e ansiedade. Com isso, muitos empregados estão sob tratamento psiquiátrico, afastados pelo INSS e à base de remédios com medo de serem os próximos nomes da lista.
“A selvageria capitalista exercida pela máquina da Vale é particularmente cruel com os trabalhadores. Eles são sugados até o limite de sua integridade física e psicológica e, depois, descartados, até serem substituídos por outros trabalhadores, que terão o mesmo fim”, denunciou o presidente Wagner Xavier, segundo o qual, é neste momento que entra o Sindicato, ‘’oferecendo toda a estrutura jurídica necessária para a recuperação do emprego e mais do que isso, da dignidade do trabalhador’’, finalizou, acrescentando que órgãos públicos externos já manifestaram interesse em tomar conhecimento sobre as reais condições de trabalho dos empregados da Vale.