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IMPASSE SOBRE TRANSPORTE VAI PARAR NA JUSTIÇA

Na reunião desta terça-feira, dia 7, para discutir com a Vale sua intenção de extinguir as linhas de ônibus dos companheiros e companheiras de João Neiva, Aracruz, Ibiraçu, Fundão e Viana e pressioná-los para que mudem de domicílio, representantes da empresa reafirmaram a política de ganância sem limites de querer cortar custos ao máximo, sacrificando os trabalhadores e os seus familiares com a desculpa esfarrapada de que faz isso em nome da segurança dos empregados.

MOBILIZAÇÃO INTENSIFICADA

Essa postura da empresa fere gravemente o princípio democrático que deve permear a relação entre o capital e o trabalho e atinge em cheio aquilo que a direção do Sindfer mais defende: a saída negociada diante de um impasse. Diante da intransigência da Vale, o presidente do Sindfer Wagner Xavier deu por encerrada a reunião. Como a Vale pretende impor de cima para baixo suas decisões, a direção do Sindfer não irá se submeter a esse tipo de autoritarismo e já está ingressando com ação judicial contra a empresa buscando defender o direito ao transporte desses empregados.

O Sindfer também intensificará a mobilização juntos aos trabalhadores, trabalhadoras, mídia, população, vereadores e prefeitos das cidades atingidas. Inclusive os prefeitos desses municípios já assinaram documento reivindicando que a Vale reveja sua posição. Mas parece que a Vale está pouco se lixando com as comunidades potencialmente a serem atingidas, uma vez que a decisão da empresa impacta profundamente não só junto aos trabalhadores mas, também, aos moradores locais.

MARIANA

Toda essa movimentação da empresa ocorre poucos dias após o Tribunal Regional Federal da 6° Região reconhecer o litoral capixaba como impactado pelo crime da Vale, Samarco e BHP em Mariana e os governos federal e do estado do Espírito Santo terem recusado o acordo de repactuação oferecido por essas mesmas mineradoras para compensar o desastre que provocaram.

“Isso nos faz crer que a Vale tenta desesperada e desavergonhadamente penalizar os trabalhadores com a retirada de seus direitos para compensar financeiramente o prejuízo que terá que arcar com a justa indenização reivindicada pelos atingidos, pouco se importando com o caos social que sua decisão gere”, disse Wagner, segundo o qual “não bastasse o caos social causado pela empresa nos últimos cinco anos, agora continua promovendo o caos sobre os trabalhadores e sua família”.

Nas salas de manutenção o cenário não é menos degradante, causando espera e desconforto durante os intervalos de trabalho: banheiro fedorento, inexistência de sabonete líquido e sabão próprio para remoção de graxa, poucos vasos disponíveis (e constantemente entupidos) e mictório frequentemente interditado. Diante desse cenário de abandono, desleixo e flagrante desrespeito ao trabalhador por parte da Vale, a direção do Sindfer irá cobrar do RT ações imediatas para garantir condições de trabalho dignas, seguras e atender as necessidades básicas dos trabalhadores.

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